Você tem usado a tecnologia com sabedoria?
Você já checou seu WhatsApp hoje? Deu uma olhadinha nas atualizações do Facebook? A frequência com que você acessa as redes sociais ou fica online diz muito sobre você e como está o relacionamento com a sua família. É claro que a tecnologia é um avanço muito útil para a modernidade, mas pode ser devastador, caso você se torne um escravo dela. Hoje, é comum ver em restaurantes, por exemplo, casais presos em mundos individuais. Eles estão na mesma mesa, mas, conectados em seus smartphones, conversam com outras pessoas, acessam sites e fazem de tudo na rede menos conversar com o parceiro que está à sua frente.A psicóloga Alessandra Amorim contou que esse tem sido um assunto recorrente em atendimentos para casais e famílias. Ela percebeu que, assim como para um adolescente criar um personagem na rede pode ajudar a expressar alguns pontos de sua personalidade, o mesmo também acontece com alguns homens e mulheres. “Tudo isso sugere uma fuga de sua própria realidade, à qual mais cedo ou mais tarde todos terão que voltar e encarar”, completa.
Mal do século?
Aqui no Brasil, já são 22 milhões dos nomeados “nativos digitais” – pessoas que nasceram e foram criadas na era da internet e dos jogos. De acordo com a instituição Ibope Media, 95% dos jovens entre 15 e 33 anos se consideram viciados nas novas tecnologias.
E quando o foco é o relacionamento, os casais têm sido muito prejudicados quando não sabem fazer o uso inteligente da rede. Uma pesquisa conduzida por psicólogos e divulgada na revista Psychology of Popular Media Culture revelou que 75% das 143 mulheres entrevistadas consideraram que o uso excessivo dos celulares e da internet está afetando suas vidas amorosas e reduzindo o tempo que passam com o parceiro.
Outro estudo também assusta. Dados da Italian Association of Matrimonial Lawyers revelaram, após uma análise recente dos casos de divórcio no país, que o aplicativo de conversa WhatsApp está sendo apontado como pivô de 40% dos divórcios no país.
O que Alexandre aprendeu com a esposa
Mais um dia de trabalho chegava ao fim. Alexandre Benesi, de 56 anos, radialista, sempre muito ligado em tecnologia, chegava em casa e continuava a jornada. O celular era novidade no País e ele, claro, não ficou de fora. “Fui um dos primeiros a ter o aparelho. Sempre ajudei a Marisa, minha esposa já falecida, a entender o uso desses recursos tecnológicos, tanto celulares como equipamentos eletrônicos, até que um dia tomei uma dura dela”, lembra o profissional.
O tempo para ficar com a parceira ficou curto depois que ele passou a se envolver com as novidades tecnológicas. “Na época, isso causou um mal-estar entre nós. Eu não estava conseguindo encontrar o equilíbrio e minha esposa estava sendo prejudicada. Marisa, sempre muito sensata, me ensinou e orientou sobre como deveria agir e isso ajudou muito no nosso relacionamento”, diz Alexandre.
Marisa faleceu há quatro anos, mas o radialista conta que o legado que ela deixou o ajuda muito na criação do filho deles, Luca Caselli Benesi, que está com 16 anos e hoje dá dor de cabeça ao pai quando o assunto é tecnologia. “Observando o Luca viciado nos jogos de computador e celular eu entendo o que ela passava comigo. Meu filho é meu grande amigo, mas, quando se trata de jogar, é um problema aqui em casa”, conta.
A psicóloga Alessandra diz que tanto para os casais quanto para os filhos não é a tecnologia que atrapalha uma relação. “É a decisão de cada pessoa em como utilizar esta tecnologia que irá definir se o relacionamento será afetado por ela. É fato que cada vez mais as redes sociais conquistam o tempo das pessoas com entretenimento, entre outros, e faz com que qualquer relacionamento seja afetado, já que muito tempo é dedicado ao mundo virtual.”
Descubra se você usa os recursos com sabedoria
Você pode escolher tornar os recursos modernos seus aliados ou os principais inimigos de sua mente e vida. Para isso, é importante analisar: você passa quantas horas por dia dependente da tecnologia? O excesso está prejudicando outras obrigações ou então está afetando o seu relacionamento familiar? Você se tornou menos sociável?
O apresentador e palestrante Renato Cardoso é adepto da tecnologia, mas deixa um alerta. “Não sou antitecnologia, ao contrário. Mas temos que aprender a usá-la para melhorar nossa vida e não para piorá-la. Não deixe que ela interfira em seus relacionamentos. Conexões reais são tudo o que temos.”
Quem sabe não está na hora de deixar o celular no bolso na hora que for jantar com o seu parceiro, de retomar o hábito de se sentar com os familiares à mesa e perguntar-lhes como foi o dia deles, de influenciar seus filhos para terem afinidades com outras habilidades ou então de desligar a TV mais cedo e passar uma noite agradável com o seu marido ou sua esposa?
Ficar muitas horas conectado causa
• Sedentarismo;
• Déficit de atenção;
• Depressão;
• Impaciência; e
• Dificuldade para escrever corretamente
Evite o excesso• Estipule horários e lugares para usar o computador ou celular;
• Converse mais pessoalmente do que nas redes sociais (é ótimo ter milhões de amigos na rede, mas o melhor é ter contato fisicamente, sorrir, abraçar, conversar, mesmo que seja com um número pequeno de pessoas);
• A regra é simples: evite o celular quando estiver na companhia de outra pessoa (ela agradece);
• Leia pelo menos um livro (de papel) a cada dois meses. Fuja da tentação de só ler o que está disponível em seu acervo virtual;
• Para os casais, fica uma dica: façam um acordo de irem para a cama juntos. Segundo pesquisas, este é um dos pontos que constam da lista dos casais felizes;
• É comum ver pessoas na mesma mesa e cada uma com um celular na mão, interagindo no mundo virtual. Aproveite esses momentos para usufruir da companhia das pessoas que estão ao seu lado. Acredito que se for para ficar no celular, nem precisaria sair de casa…
http://www.calameo.com/read/0007247971a8bb912c158
Nenhum comentário:
Postar um comentário